RESIDÊNCIA NA PRAIA DO MAR CASADO
AUTOR(ES): EDUARDO LONGO
DATA DE PROJETO: 1964
LOCALIZAÇÃO: AV. MARJORIE DA SILVA PRADO, GUARUJÁ, SP.
FONTES DE PESQUISA: ACRÓPOLE N.341, P.18, JUL.1967; ARQUIVO EDITE GALOTE.
REFERÊNCIA DO TEXTO: ZEIN, 2005: P.240

No memorial do arquiteto este esclarece que o partido proposto pretende lidar de maneira funcional sensível com as questões programáticas e de sítio: lote de praia com vegetação esparsa mas de certo porte; vista para o mar próximo; excessiva luminosidade e calor, principalmente porque o uso se dará predominantemente nos meses de verão; facilidade de manutenção compensando o eventual descuido nos meses de inverno; possibilidade de ventilação permanente, para amainar o calor do verão e evitar os problemas com o fechamento da casa nos meses de inverno; grande área construída face ao programa proposto, e desejo de não causar demasiado impacto no lugar nem atrapalhar a vista da paisagem natural.

A opção por uma estrutura de custo inicial relativamente caro, mas de manutenção posterior praticamente desnecessária, e que tampouco exige maiores gastos na complementação do restante da construção, viabilizou um custo final relativamente baixo para o padrão obtido. A forma é dada por paredes inclinadas de concreto, definindo uma espécie de “tenda” multifacetada cujas elevações podem ser decompostas em trapézios e triângulos, definidos pela marcação in loco das alturas desejadas para cada ambiente, variando o pé-direito de 2.6 a 5.15 m; o concreto tem espessura genérica de 15 cm, dispensando vigas, impermeabilizações e dispositivos para o recolhimento de águas pluviais, recebendo apenas a proteção de pintura branca a cal.

Exceto pelas grandes janelas da sala os demais vãos de iluminação são de pequeno porte, com ambiência lumínica de penumbra e permitindo ventilação permanente, complementada por aberturas ao nível dos pisos, garantindo uma condição de conforto interno bastante adequada de máxima qualidade nos meses de verão. Questões como o problema das instalações prediais serão exploradas e desenvolvidas pelo arquiteto nesta e em suas obras posteriores em soluções apropriadas e engenhosas; neste caso, com a distribuição pelos pisos. A planta tem desenho livre adotando uma geometria de base orgânica, derivada do círculo, do hexágono e da espiral, combinadas e tendendo ao trevo de três folhas.

Sobre os critérios adotados para a inclusão das obras de Longo e outros no âmbito da pesquisa sobre o brutalismo paulista, ver: revista 5% arquitetura+arte, artigo de Ruth Verde Zein.

 

FOTOS E DESENHOS TÉCNICOS:


FONTE: http://longoeu.sites.uol.com.br/cmc.html


LOCALIZAÇÃO:

 

 

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